As empresas mudam e, com isso, o RH também precisa mudar para se adequar às novas necessidades do mercado e se tornar mais importante. Para isso, é necessário entender que existem duas noções distintas em relação a essa área: o RH tradicional e o RH estratégico.

O primeiro se tornou ultrapassado e vem perdendo desempenho no ambiente corporativo. Já o segundo surgiu para sintonizar as novas exigências do mercado com as tendências tecnológicas e comportamentais contemporâneas.

Entre seus preceitos, temos foco no crescimento sustentável da empresa e a busca por benefícios mútuos para funcionários e organização.

Para adotar o RH estratégico e tornar sua empresa alinhada com as necessidades atuais, antes é preciso entender quais pontos diferem esse modelo do RH tradicional. Desse modo, você poderá identificar onde e o que melhorar no seu negócio. Quer saber quais são essas diferenças? Continue lendo e descubra!

Quais as diferenças entre RH estratégico e RH tradicional?

As diferenças entre o RH estratégico e o tradicional vão desde a forma de atuação no cotidiano até o planejamento dos processos inerentes ao setor.

Em um lado, o tradicional foca muito no operacional e nos procedimentos básicos, como seleção, contratação e treinamento de funcionários. Já no estratégico o foco é a busca alinhar tais pontos aos objetivos de cada setor e da empresa.

Ou seja, o RH estratégico trabalha de forma integrada com os demais departamentos e não isoladamente, apenas focada em suas atribuições diárias. Além disso, eles se diferenciam em diversos aspectos, tais como:

Burocracia e estratégia

Os modelos tradicionais de RH carregam consigo valores e procedimentos conhecidos pelo excesso de burocracia, os quais possuem menor flexibilidade, muitas etapas e pouca adaptabilidade a realidades incomuns.

Já o modelo estratégico de RH se torna um parceiro integrado às estratégias da empresa, unindo as demandas do mercado com as necessidades humanas características do departamento pessoal.

Nesse sentido, busca-se uma otimização dos recursos, do capital humano e maior flexibilização nos processos. Assim como estratégias mais personalizadas, que se adéquem à dinamicidade dos acontecimentos.

Diversidade

O RH estratégico foge dos padrões do RH tradicional ao buscar agregar à empresa competências e modos de pensar diversos, tendo como intuito o aprimoramento do negócio.  A visão desse modelo valoriza a diversidade, ampliando assim a visão de mundo da organização, trazendo ideias originais e usando referências pouco comuns.

Esse novo olhar traz muitos benefícios para a empresa e a sociedade como um todo. Todavia, é preciso lembrar que é necessário também criar espaço dentro das organizações para a inovação, não apenas contratar perfis diversificados.

Além disso, a visão integrada é uma das competências do RH, alinhando negócios com capital humano, como se pode ler no artigo “Como um RH estratégico pode ajudar uma empresa a crescer”.
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Menos verticalização, maior comunicação

Assim como as estratégias, as estruturas e as relações mantidas nas organizações também precisaram se modificar. O foco em sistemas hierárquicos, organogramas verticalizados e modelos autoritários, presentes no modelo tradicional, mostrou-se fracassado nas organizações modernas.

Isso porque não conseguiu manter seus melhores colaboradores — antes chamados apenas de funcionários ou empregados — motivados. O resultado foi a migração deles para empresas mais flexíveis e que oferecessem mais e melhores benefícios.

Nesse novo cenário, a comunicação se tornou um dos principais meios de integração, tanto com o cliente, na comunicação externa, quanto internamente com o quadro efetivo. Isso devido a uma necessidade de cativar pessoas e atraí-las, oferecendo vantagens em relação às demais concorrentes, sendo essa uma das características da gestão estratégica.

Relação de troca

Com o aumento no grau de consciência das pessoas acerca de seus direitos e deveres, ficou claro para a sociedade que o trabalho é uma relação de troca. Afinal, assim como o trabalhador precisa do emprego, as organizações também necessitam de pessoas para prestarem seus serviços.

Diante disso, gestores e líderes passaram a buscar estratégias confiáveis no que diz respeito à sua eficácia e adequação às novas relações organizacionais.

Sabe-se, com base em estudos atuais em Psicologia Organizacional e Gestão de Pessoas, de teóricos como Maslow, McGregor e Herzberg, que a motivação humana não depende só de recompensas materiais. Aliás, essa é uma das primeiras fontes de satisfação a serem abandonadas quando minimamente preenchidas.

Assim sendo, um RH estratégico é aquele que se preocupa com as necessidades humanas de forma personalizada, ajustando-se às demandas do mercado e aos novos cenários.

Qual a importância do RH estratégico na empresa?

Além dos pontos acima, o RH estratégico é vital para a empresa por alinhar os interesses dos funcionários e da organização em objetivos comuns,  ajudando-a a crescer e se fortalecer em mercados cada vez mais competitivos.

Por exemplo, tendo uma visão estratégica é possível definir um plano de cargos e salário que sirva para atrair e reter talentos, não apenas como obrigação interna.

O RH estratégico também induz à adoção de ferramentas e soluções modernas para treinamento e desenvolvimento de colaboradores, pois um dos seus atributos é a busca constante por inovação e acompanhamento de tendências.

Por exemplo, aderindo à gamificação ou business games (jogos de negócios) e ao uso do e-learning (aprendizado eletrônico). Também vale destacar o uso de blended learning (treinamentos virtuais em conjunto com os presenciais) para ampliar o conhecimento dos funcionários.

Resumindo, o RH estratégico procura se valer das novas tecnologias e práticas para beneficiar a empresa.

É importante entender que ele também busca “falar a mesma língua” dos demais setores, procurando apoio de todos os gestores e suas equipes. E até mesmo, por exemplo, podendo utilizar indicadores e métricas para mensurar para o financeiro os resultados obtidos com suas ações. Isso permite que atividades vistas como subjetivas possam ser mais compreensíveis em termos de resultados e facilita a obtenção de recursos monetários.

Lembrando que o RH estratégico utiliza a tecnologia a seu favor, aproveitando softwares que automatizam processos e fornecem dados precisos sobre os colaboradores da empresa.

Por que adotar esse formato?

O RH estratégico permite uma gestão de talentos mais efetiva e dinâmica, além de prezar pela integração entre os setores. Ele também é focado na disseminação da cultura do negócio, como seus valores, visão e missão junto aos colaboradores, de modo a engajá-los em objetivos comuns.

Também monitora o clima organizacional visando mantê-lo favorável para inovações, maior criatividade e melhor desempenho dos funcionários. Dessa forma, costuma ser mais efetivo do que o tradicional quando o assunto diz respeito a resultados organizacionais.

Segundo informações do relatório “Creating People Advantage 2014/2015: How to Set Up Great HR Functions”, organizações que têm RH assim têm desempenho econômico quase duas vezes superior do que aquelas que não têm.

O estudo foi feito e publicado pelo The Boston Consulting Group (BCG) em conjunto com a Federação Mundial de Associações de Gestão de Pessoas (WFPMA), os quais ouviram 3.500 profissionais de RH de distintas indústrias em 101 países. Também foram acrescentadas informações adquiridas em 64 entrevistas feitas com líderes de RH e também de negócios.

Qual o papel do profissional nesse meio?

O papel do profissional de RH nesse meio é vital, pois de seu comportamento depende o êxito da área. Por exemplo, ele age:

  • Com visão holística do negócio, baseando-se em indicadores para as melhores decisões possíveis.
  • Orientado para objetivos de médio e longo prazos que agreguem valor e tragam mais resultados concretos para empresas.
  • Planejando ações e projetos que aumentem o engajamento, garantam a sucessão nos setores e retenham talentos.
  • Focado na gestão do conhecimento e dos talentos da empresa.

Em um comparativo entre o profissional de RH estratégico e o tradicional, o primeiro é muito mais focado em propósitos que agreguem valor aos setores e ao negócio.

Já o segundo se volta mais para questões burocráticas e operacionais. Entre elas, temos gestão de folha de pagamento, cálculos trabalhistas, adequações às normas e regulamentações da área e outros pontos do tipo, além dos processos de recrutamento.

O futuro das empresas depende de um RH que consiga se comunicar com seus colaboradores, descobrindo anseios e desejos de modo a uni-los às necessidades e expectativas da organização. Isso é vital num mundo que está evoluindo rapidamente com novas tecnologias, negócios disruptivos e tendências que valorizam a sustentabilidade e qualidade de vida.

Ficou com alguma dúvida sobre RH estratégico? Pergunte nos comentários para que possamos ajudar!