O papel do líder dentro de uma organização está diretamente ligado ao poder de conduzir e influenciar toda a equipe, acontecimentos e decisões dentro da empresa. Dada essa importância, cabe ao RH gerir os líderes para que eles invistam tempo no relacionamento com cada funcionário, acompanhando e dando feedbacks frequentes, entre outras ações.
Para se ter um parâmetro, de acordo com estudos da Gallup, uma empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, o líder tem influência de até 70% no engajamento dos funcionários com o negócio, e a grande maioria não está preparada para isso.
Quer saber como conduzir seus líderes da melhor maneira possível e fazer com que eles se tornem determinantes no engajamento dos funcionários? Basta continuar a leitura!
O papel do líder no engajamento dos colaboradores
O trabalho desenvolvido por líderes gera resultado, não apenas em números, mas até na cultura organizacional da empresa. Isso se dá em razão da influência do líder sobre os colaboradores, por conta da acessibilidade, integração, comunicação, orientação, expectativa com os resultados e relacionamento interpessoal.
Dada essa importância, de acordo com Leonardo de Campos, diretor da Simbiose, o líder deve alinhar os objetivos da sua equipe e conhecer um pouco sobre cada um de seus subordinados para que o resultado final seja concretizado com sucesso e atenda as necessidades da organização.
Por esse motivo, o papel do líder é ser exemplo e inspiração para os colaboradores, e ainda guiá-los, conduzindo-os para o melhor caminho, seja para o desenvolvimento de cada um ou para obtenção dos resultados apontados pela organização.
Este processo de influenciar pessoas é contínuo, e por isso deve ser trabalhado todos os dias. Diariamente, a qualquer momento, surgirá a necessidade de influenciar o clima organizacional. Ou seja, o papel do líder também deve se relacionar na criação desse hábito e estar sempre juntos com seus subordinados, pois o processo é simples, mas demanda habilidades, disciplina e autoconfiança.
É importante ter em mente que, caso a organização possua uma má liderança, a tendência é uma maior rotatividade, desânimo dos profissionais e até o fracasso da organização. Afinal, um líder que não consegue cativar sua equipe e desenvolver profissionais motivados e focados nos objetivos da organização pode apresentar resultados indesejados.
Em meio a tanta competitividade no mercado, a organização que pensa no sucesso, precisa de um líder eficiente e eficaz que irá auxiliar diretamente o desenvolvimento da empresa, e não apenas um departamento ou setor.
Como desenvolver líderes capazes de motivar e engajar os funcionários?
Como dito, o líder precisa se desenvolver continuamente, buscando o melhor para sua equipe, fortalecendo os pontos fortes, envolvendo os seus liderados nos processos e reconhecendo suas fraquezas, e buscando melhorá-las.
Uma maneira de identificar os pontos de melhoria dos líderes é por meio da avaliação de desempenho, uma das ferramentas mais importantes em gestão de pessoas, capazes de diagnosticar e analisar o comportamento de um colaborador.
A partir dos resultados da avaliação, será possível desenvolver planos de desenvolvimento individuais (PDI’s) para os líderes para que eles possam usar toda sua influência para desenvolver times engajados e com crescimento exponencial.
Os planos de desenvolvimento individuais dos líderes devem visar o engajamento da equipe, e por isso, é indispensável incluir os seguintes atos:
1. Relacionamento entre gestores e subordinados
É importante sempre estreitar os relacionamentos entre gestores (líderes) e subordinados. Dividir sucessos diários e dificuldades podem ajudar a melhorar o desempenho, e permite que o superior tenha mais liberdade de dar feedbacks, por exemplo.
Sobre essa questão, Luciano Amato, Diretor Executivo da Training People, afirma: “O papel do líder é estimular seu funcionário e desenvolvê-lo. Para isso deve conhecê-lo, saber seus objetivos, sonhos e fatores de motivação. Para que isto ocorra, é imprescindível que o líder se comunique com seus liderados”
O papel do líder é sempre facilitar o diálogo, de forma que seus colaboradores sintam-se à vontade para interagir, perguntar, dividir e confiar. Essa é uma forma de acompanhar o comprometimento, motivação e desempenho dos funcionários.
O papel do RH é justamente viabilizar, orientar e acompanhar isso. Será necessário convocar todos os líderes e dar essas orientações, explicar como isso beneficiará o clima organizacional e a empresa como um todo. Além disso, é fundamental também que o gestor de RH esteja sempre acompanhando o relacionamento desses profissionais.
2. Disponibilidade para o aprendizado
Outro ponto importante que precisa ser avaliado é a disposição líderes em aprender. Profissionais engajados e motivados geralmente demonstram um grande potencial de trabalho e também vontade de aprender.
O papel do líder também está relacionado ao aprendizado, pois é preciso se reinventar, seguir as novidades do mercado e buscar se atualizar, para que sejam o exemplo dos colegas. Afinal, alguém que acha que “já sabe o suficiente sobre determinado assunto”, que é um profissional “totalmente feito” é um profissional estagnado e que certamente não se engaja com a empresa.
Por vezes, pode ser necessário que o RH desenvolva um programa de treinamento e desenvolvimento de longo prazo, que ajude no aperfeiçoamento dos profissionais. Também é uma forma de fazer com que estejam preparados para os desafios organizacionais futuros.
3. Alinhamento dos objetivos
É fundamental que os objetivos de cada profissional esteja devidamente alinhado aos objetivos estratégicos da empresa. Pode parecer óbvio, mas ainda existem empresas que aderem a modismos, sem considerar as reais necessidades do seu negócio ou mesmo sua cultura empresarial, o que é um grande equívoco.
As estratégias da equipe devem ser condizentes com os valores da organização e devem ser vistas nesses termos pelos membros da empresa. Logo, os objetivos do grupo devem, necessariamente, derivar da estratégia da organização, e devem ser apoiados por práticas de gestão de recursos humanos.
Ou seja, o RH deve se comprometer em compartilhar, por meio dos canais de comunicação internos, os objetivos da empresa bem como os pilares da cultura organizacional. Isso pode ser feito a partir da criação de eventos, de programações especiais e de campanhas educativas, no intuito de que todos os membros da organização possam falar a mesma língua e entender claramente sobre a cultura organizacional e seus objetivos.
Em termos práticos, o papel do líder é estar em conformidade com os propósitos da empresa, principalmente por ser a vitrine da equipe. Se a equipe não estiver alinhada e em sintonia, não será possível desenvolver o crescimento dos profissionais assim como o da empresa como um todo.
Assim, certamente, a gestão contará com uma equipe desenvolvida, preparada, engajada, orientada e autoconfiante.
Como os gestores podem manter e impulsionar o engajamento mesmo a distância?
Se antes o teletrabalho era apenas uma tendência, hoje já é a realidade de muitas empresas. Para se ter um parâmetro, a pesquisa realizada pelo Espaço Coworking Spaces, mostrou que 55% dos entrevistados realizam esse modelo de trabalho ao menos uma vez por semana.
Apesar de toda flexibilidade e benefícios que o teletrabalho possibilita, uma das grandes questões que envolvem o RH se dá no gerenciamento de equipes à distância. Certamente o desafio é grande, e é preciso uma boa estratégia para que motivar e liderar profissionais a distância, mas, felizmente, existem algumas maneiras capazes de estreitar esse relacionamento.
Comunicação constante e efetiva
Graças à tecnologia, hoje existem muitas maneiras de se comunicar de maneira efetiva, sem precisar estar no mesmo lugar que os demais participantes.
É necessário avaliar qual plataforma online funciona melhor para sua equipe e, se possível, manter contato com eles diariamente por meio dessas plataformas, acompanhando de perto como anda seu desempenho. O gestor deve perguntar como está indo o trabalho, entender os desafios, fazer uma call para alinhar processos se necessário, afinal, é papel do líder se manter sempre como se estivesse ao lado do colaborador.
Relação e feedback
Mesmo à distância, os colaboradores precisam saber se estão alinhados com os propósitos da empresa, com a rotina dos colegas, com as conquistas e os desafios, e para isso é necessário fortalecer a relação e a interação entre gestores e subordinados.
A melhor forma de fazer isso é por meio de feedback. Afinal, quando nos sentimos incertos com a qualidade do nosso trabalho, tendemos a não dar tanta importância para o que estamos fazendo, o que pode prejudicar o desempenho da equipe que fazemos parte.
É possível estar sempre junto de seus colaboradores por meio de reuniões virtuais, one a one, e-mails, ou mesmo pelo whatsapp, de maneira impessoal. O importante é mostrar suporte e preocupação com cada um deles.
Reconhecimento
Independente da localização e da proximidade física, é sempre importante reconhecer um trabalho bem feito, seja por meio de agradecimentos, email ou uma menção em algum lugar. O importante é fazer com que os membros do seu time se sintam reconhecidos.
Essa atitude é muito importante para uma boa gestão pois o reconhecimento do colaborador no ambiente de trabalho desencadeia uma série de reações que, de maneira geral, são benéficas à organização e ao funcionário, como motivação e comprometimento. É papel do líder garantir esses benefícios também.
Conclusão
Está claro que o sucesso não depende somente do líder e sim de toda a sua equipe. Seja presencialmente ou à distância, um bom líder deve sempre incentivar o crescimento de cada um dentro da organização, preservando a harmonia e o bem estar do grupo.
O grande líder deve enfrentar desafios relacionados ao comprometimento em manter o time engajado, a construção de um bom planejamento e desenvolvimento da equipe. É muito importante que o líder promova a comunicação, feedbacks e uma liderança inspiradora, de modo a elevar o elo entre os demais colaboradores e os objetivos da empresa.