Na era da informação e automação, o mundo muda de forma rápida e o futuro do trabalho corre na mesma direção. Especialistas dizem que o foco não será mais na construção de uma profissão e sim em explorar os desafios e problemas da humanidade para a criação de soluções específicas.

Nesse processo, as chamadas “competências do futuro” serão essenciais para os empregados, tanto na busca por trabalho quanto no seu desenvolvimento profissional.

Nesse artigo, veremos algumas tendências no mundo do trabalho para o futuro e algumas competências essenciais nesse novo contexto.

Os estudantes atualmente são encorajados a obter conhecimentos de uma certa profissão ou carreira, como advogado, médico e engenheiro. No entanto, a tendência para o futuro se mostra totalmente diferente.

Para o treinador de carreira canadense Jean-Philippe Michel, é necessário preparar a próxima geração para uma carreira que, no futuro,  será constituída por inúmeros microempreendimentos e microprojetos.

Esses trabalhos serão realizados por trabalhadores qualificados bem remunerados e não haverá um único chefe ou uma única empresa. Com isso, as pessoas deverão explorar certos nichos, a fim de desenvolver soluções cada vez mais específicas para os problemas inerentes a eles.

Além de mapear essas competências, é importante que elas façam parte da avaliação de desempenho. Dessa forma, sua empresa pode saber se está avançando ou não na qualificação dos colaboradores.

Flexibilidade: uma das mais importantes competências do futuro

Ao invés de buscar o seu papel ou descrição do trabalho, o profissional do futuro constantemente deverá adicionar habilidades com base no que o pode tornar mais empregável. Nesse sentido, isso provavelmente significará a busca por flexibilidade e paixões ao invés de optar por caminhos mais tradicionais como contabilidade e finanças.

Atualmente, já temos o precursor dessa mudança: é cada vez mais comum um empregado assumir vários papéis dentro de uma empresa. Com isso, está ficando difícil encontrar títulos de trabalho definidos.

Projetos serão maiores que carreiras

Uma outra tendência que cresceu nos últimos anos foi a ideia de construir uma carreira baseada em portfólio. Apesar de existir desde o final da década de 1980, somente com as novas tecnologias realmente isso foi viável. Nesse sentido, a tecnologia criou ainda mais oportunidades de novos empreendimentos e buscas de novos projetos para trabalhar.

Algumas empresas tradicionais estão oferecendo cada vez mais oportunidades de projetos freelance com seus próprios funcionários.

A empresa de serviços financeiros MasterCard, por exemplo,  está testando as chamadas “plataformas internas de mobilidade” que permitem que os empregados criem projetos para preencher lacunas específicas para a empresa em vez de permanecer em um papel mais estruturado.

Em vez de continuar em um departamento sob um único supervisor, os trabalhadores são encorajados a escolher seus próximos projetos com base em suas habilidades ou habilidades que eles querem desenvolver, o que pode significar trabalhar em uma parte diferente da empresa.

Para as empresas, a recompensa por experimentar com oportunidades internas baseadas em projetos significa que os trabalhadores estarão menos propensos a mudar de empresa. Os microempregos podem inspirar uma sensação de espírito empreendedor e de autonomia dentro da organização.

Escolher onde e como você trabalha parece divertido, certo?

Mas, quando se trata de forjar uma carreira de longo prazo, há desvantagens. Se você se lança constantemente de um projeto para o outro, a mudança pode ser chocante e o significado de sucesso pode ficar turvo.

Com menos promoções e mudanças nos títulos de trabalho, pode ser mais difícil sentir que você está conseguindo progredir, mesmo que você esteja realizando projetos regularmente.

É claro que, mesmo que algumas empresas estejam experimentando, passar de uma mentalidade profissional tradicional para outra pode levar anos, assim como todo processo de adaptação.
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As 9 Principais Competências do Futuro

Para ser bem-sucedido na próxima geração, os indivíduos terão de perceber e navegar rapidamente em um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico. Eles devem buscar habilidades relevantes e juntar os recursos adequados para as desenvolver e as atualizar. Dessa forma, os trabalhadores no futuro precisarão ser adaptáveis aprendizes ao longo da vida.

Veja a seguir as 9 principais competências do futuro:

1. Aprofundamento das questões

À medida que as máquinas assumem tarefas e serviços de rotina, haverá uma demanda crescente para os tipos de habilidades que as máquinas não são boas. Estas são habilidades de pensamento de alto nível que são difíceis de serem programadas ou codificadas.

O empregado que desenvolver a capacidade de determinar o significado mais aprofundando sobre algum assunto e expressá-lo de forma exata e coerente estará na frente dos outros trabalhadores e das máquinas.

2. Inteligência Social (Interpessoal)

Mesmo com o avanço dos robôs “sociais” que usam Inteligência Artificial, sua atuação é muito limitada. Simular os sentimentos e sensações é extremamente complicado.

Os funcionários socialmente inteligentes são capazes de avaliar rapidamente as emoções daqueles ao seu redor e adaptar suas palavras, tons e gestos de acordo com o contexto. Esta sempre foi uma habilidade chave para os trabalhadores que precisam colaborar e construir relacionamentos de confiança.

Isso será ainda mais importante pois em uma realidade cada vez mais global, somos chamados a colaborar com grupos cada vez maiores de pessoas com diferentes personalidades e traços culturais.

3. Pensamento inovador e adaptativo

Essa competência está muito ligada a “adaptabilidade situacional”, ou seja, a capacidade de responder a circunstâncias únicas inesperadas do momento. Nesse ponto, a automação tem pouco papel e, por isso, essa habilidade será muito valorizada.

A proficiência para pensar e encontrar soluções e respostas fora daquilo que é baseado em regras e processos é o que diferencia a capacidade humana das automações.

 4. Competência de administrar choques culturais

Atualmente, o mundo está altamente globalizado e os trabalhadores precisam ser capazes de operar em qualquer ambiente em que eles se encontrem. Isso exige conhecimentos específicos, como habilidades linguísticas, mas também adaptabilidade a mudanças e capacidade de sentir e responder a novos contextos.

Além disso, as organizações buscam ver cada vez mais a diversidade (diferenças de idade, de habilidades, de contextos culturais e de estilos de trabalho, por exemplo) como motor da inovação.

Os funcionários dessas equipes multiculturais precisam ser capazes de identificar e comunicar pontos de conexão, que transcendam as diferenças para construir relacionamentos e trabalhar em conjunto de forma eficaz.

 5. Pensamento computacional

Como a quantidade de dados que temos à nossa disposição aumenta exponencialmente, muitos papéis exigirão habilidades de pensamento computacional para dar sentido a essa informação.

Linguagens e tecnologias de programação mais acessíveis a todos nos permitirão manipular nossos ambientes e aprimorar nossas interações. O uso de simulações se tornará um conhecimento fundamental, pois eles serão cada vez mais necessários para o processo de tomada de decisão.

Os departamentos de RH que atualmente valorizam os candidatos que estão familiarizados com aplicativos básicos, como o pacote do Microsoft Office, mudarão suas expectativas. Eles vão buscar candidatos com habilidades que incluam análise estatística e habilidades de raciocínio quantitativo.

Além de desenvolver habilidades de pensamento computacional, os trabalhadores precisarão estar cientes de suas limitações. Isso exige uma compreensão de que os modelos são tão bons quanto os dados que os alimentam.

Ademais, os trabalhadores devem ser capazes de atuar na ausência de dados e não paralisar o trabalho ​​quando falta um algoritmo nos sistemas.

6. Trabalho com novas mídias

A explosão na mídia gerada pelos usuários da Internet, incluindo os vídeos, blogs e podcasts, que agora dominam nossa vida social, será plenamente sentida nos locais de trabalho nas próximas gerações.

Será primordial a capacidade de avaliar e desenvolver criticamente conteúdos por meio de novas formas de mídia e aproveitar esses meios de comunicação para uma comunicação mais efetiva.

As apresentações deixarão de ter os formatos de relatório e de slides estáticos para encarnar uma visão multimídia, usada em vídeos e aplicativos.

Haverá também uma preocupação maior com a capacidade de representação dessa informação. Os trabalhadores precisarão de habilidades mais sofisticadas (que envolvem texto, vídeo e áudio) para envolver e persuadir seus públicos.

7. Transdisciplinaridade

Muitos dos problemas globais de hoje são muito complexos para serem resolvidos por uma área do conhecimento especializada. Esses problemas multifacetados requerem soluções transdisciplinares. A capacidade de compreender conceitos de diversas áreas do conhecimento será essencial para a criação de soluções inovadoras.

Enquanto, ao longo do século 20, a especialização cada vez maior foi encorajada, no próximo século a diversidade do conhecimento estará no centro das atenções.

8. Forma de pensar

As ferramentas advindas da computação moderna trarão com elas novas oportunidades para aperfeiçoar a tomada de decisão em nosso trabalho. Seremos capazes de planejar nossos ambientes para que eles sejam propícios aos resultados que nos interessam.

Os trabalhadores do futuro precisarão se tornar aptos a reconhecer novas metodologias em meio a tarefas diferentes e fazer ajustes em seus ambientes de trabalho que melhorem sua capacidade de realizar essas atividades.

9. Colaboração Virtual

As tecnologias da informação tornaram mais fácil do que nunca trabalhar, compartilhar ideias e tornar produtivas as equipes, mesmo havendo separação física.

No entanto, o ambiente de trabalho virtual também exige um novo conjunto de competências. Como líder de uma equipe virtual, os indivíduos precisam desenvolver estratégias para envolver e motivar um grupo disperso.

Nesse processo, a gamificação pode ter um importante papel para melhorar o engajamento das pessoas. Além disso, os objetivos e os desafios devem ser claros para poderem impulsionar significativamente a participação e a motivação.

Agora que você já conheceu algumas das tendências do mercado de trabalho para os próximos anos, qual competência você considera mais importante mais desenvolver?

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