Nos últimos anos, a quarta Revolução Industrial está em pauta na sociedade. Essa nova era surgiu principalmente do crescente e rápido desenvolvimento da tecnologia, que hoje está inserida em todos os âmbitos das empresas. Com essa evolução da tecnologia, as mudanças repentinas no dia a dia e a competitividade do mercado, o setor mais estratégico das empresas vêm sofrendo alterações também. O RH 4.0 surge como um aliado nesse momento.
A nova tendência do RH é um assunto muito importante que precisa ser abordado pelo departamento nas empresas. Por isso, pensando no assunto e em sua abrangência, fizemos um artigo sobre o tema. Fique com a gente!
O que é RH 4.0?
O RH 4.0 é a resposta do segmento de recursos humanos àquela que é considerada a quarta revolução industrial: a da tecnologia. Assim como os demais setores, o RH também vive o seu momento 4.0. Nele, o foco é no uso inteligente das ferramentas tecnológicas.
Não basta implementar um novo software, é preciso haver uma mudança na forma como os processos são realizados e no papel que os profissionais cumprem em relação ao negócio.
Com isso, o RH passa a ter uma função mais estratégica e expande suas atribuições, ocupando um espaço de extrema relevância na empresa. Ele, agora, soma as suas responsabilidades, além das ações mais tradicionais como o pagamento de salários e benefícios, à atração e retenção de talentos e o engajamento de funcionários.
Com o uso de técnicas e do conhecimento adquirido, a tecnologia aperfeiçoa e facilita o trabalho, a resolução de problemas ou a execução de uma tarefa específica. Isso permite uma visão mais estratégica por parte do RH, que agora possui mais recursos para se posicionar estrategicamente e atender as necessidades desse consumidor da era 4.0 que exige toda a construção de uma experiência de sucesso.
Além da tecnologia, a era 4.0 posiciona a centralidade no cliente com o intuito de despertar nele experiências que podem gerar uma conexão a longo prazo e conquistar a fidelização que toda empresa almeja.
Quais são os desafios do RH 4.0?
Atração e retenção de talentos
Não adianta manter práticas obsoletas e continuar acreditando que os talentos vão chegar à empresa e permanecer nela por muitos anos. É necessário um RH cada vez mais estratégico, ativo e digital. Encontrar e contratar os melhores talentos é um desafio cada vez maior, principalmente com as novas gerações que valorizam itens diferentes dos colaboradores do passado.
A pesquisa “Millennials in Europe and Brazil” realizada online pelo Grupo Geometry/WPP com cerca de 2 mil pessoas de 18 a 20 anos, aponta que “qualidade de vida” é o item mais valorizado pelos entrevistados, com 38% das respostas. O segundo é “carreira” (24%). “Dinheiro” está em terceiro lugar e, com 19%, empatado com “contribuição para a humanidade”.
Nesse cenário, atrair e reter talentos exige muito mais energia e dedicação dos profissionais de recursos humanos ao atuar com gestão de pessoas. Estes precisam elaborar programas que superem apenas bons salários e benefícios e encontrar aquelas pessoas que se identificam com os propósitos da empresa.
Além disso, precisam apresentar esses valores para os colaboradores que já fazem parte do time e lembrá-los sempre que possível. Nesse sentido, o surgimento do RH 4.0 reforça a necessidade de olhar para esses pontos para manter as empresas competitivas em um mercado exigente e ávido por inovação.
Automação e modernização de processos
Todos os processos de gestão de pessoas devem ser bem gerenciados, assim é possível obter grandes resultados. Há, no entanto, alguns que necessitam ser remodelados, pois somente assim poderão acompanhar as mudanças do mercado.
Hoje, 56% das empresas tem remodelado seus processos de RH para aproveitar ferramentas digitais e móveis. Segundo a mesma pesquisa, na América Latina, 81% das empresas classificam o “RH digital” como importante ou muito importante. Então é preciso estar atento!
Todas essas transformações demandam, também, a adaptação do RH. É preciso investir em novas tecnologias, processos e métodos para obtenção de ótimos resultados ao automatizar e modernizar os processos de gestão de pessoas, do recrutamento à avaliação de desempenho. Dessa maneira o negócio fica mais competitivo e é possível crescer significativamente.
Manutenção da produtividade diária
No cenário atual, onde as redes sociais podem ser acessadas até do relógio de pulso e as possibilidades são infinitas, o número de distrações é muito maior. Isso mitiga a produtividade diária, o foco e o empenho das equipes de trabalho.
Uma pesquisa feita pela Workfront, uma empresa de softwares dos EUA, afirma que apenas 39% do expediente é produtivo, sendo o restante perdido com atividades secundárias e dispensáveis. Nesse contexto, é muito importante utilizar formas para manter o engajamento e foco dos colaboradores. Um grande exemplo de efetividade neste sentido é a gamificação.
De igual modo, é preciso que o gestor em parceria com o RH construa uma cultura de alto desempenho, através de novas formas de estabelecer objetivos e metas. Uma delas, é a metodologia OKR, fortemente difundida pelo Google. Inclusive, também existem ferramentas para planejamento e monitoramento de OKRs, confira aqui.
Desenvolvimento de uma liderança disruptiva e conectada
Como se sabe, o RH possui função de staff. Na empresa, é seu dever dar suporte aos gerentes para que conduzam sua equipe ao sucesso. Nesse momento, o setor de recursos humanos tem outro desafio: arquitetar uma liderança disruptiva e conectada.
Os líderes de hoje precisam de um novo conjunto de conhecimentos e habilidades. Manter as competências do passado não é suficiente para encarar os desafios atuais, é preciso conhecer as novas ferramentas digitais e se adequar aos novos padrões de trabalho.
Além disso, inteligência emocional, comunicação efetiva e aprendizado contínuo são outras competências que devem ser desenvolvidas nos líderes e que só conseguimos observar a presença por meio de avaliações de desempenho e a evolução através dos PDIs.
Em uma pesquisa feita pela Deloitte, cerca de 42% das empresas consideram o desenvolvimento da liderança como algo muito importante, uma verdadeira prioridade. No entanto, apenas 5% tem fortes programas de desenvolvimento e que contemplem o mundo digital de hoje.
Isso mostra que as organizações que se destacam são aquelas que estão se antecipando e investindo fortemente no desenvolvimento do seu capital humano. O RH 4.0 deve ser eficaz em conduzir essa mudança dentro da empresa, ajudando a desenvolver líderes de alto desempenho e que entendam as novas dinâmicas do mercado.
Uso de dados para tomada de decisões
Definir quem vai ser treinado, promovido ou transferido de departamento/área não pode ser fruto apenas de palpites ou decisões pouco sistêmicas. Mais do que nunca, é necessário estabelecer um processo claro, com base em dados cuidadosamente analisados.
A verdade é que, no momento atual, os dados devem permear cada uma das decisões do RH 4.0: da contratação, definição de planos estratégicos até a promoção de talentos. Essa tendência que veio para ficar é conhecida como People Analytics.
Os dados podem ser retirados de diversos meios, por exemplo, relatórios de avaliações, nine box e gráficos de teia. Em seguida, devem ser estruturados e transformados em informações estratégicas à corporação.
Entretanto, o gestor de RH não deve se contentar com qualquer tipo de dado, é preciso “filtrar” aqueles que possuem valor. No People Analytics, há três “Vs” para definir a qualidade dos dados: veracidade, volume e velocidade no qual os dados são adquiridos. Inclusive, é bom não se contentar com dados imprecisos, de cálculos feitos a mão. O RH pode contar com softwares que entregam relatórios prontos com maior confiabilidade.
Adaptação aos novos modelos de trabalho
Os avanços na tecnologia e a quebra de paradigmas impulsionam novos modelos de trabalho, como o home office ou coworking (uso de espaços compartilhados). Estas não são simples tendências, mas mudanças que vieram para ficar e demandam a adaptação ao RH.
A verdade é que os talentos, em especial da geração Y, desejam cada vez mais flexibilidade. O grande desafio é o RH 4.0 oferecer essa flexibilidade, sem, no entanto, perder produtividade e competitividade do negócio. Para tanto, há alguns caminhos mais diligentes.
Primeiramente, é preciso remodelar a cultura organizacional, tornando-a mais inovadora. Além disso, é crucial investir em ferramentas que facilitem o monitoramento dos resultados, apesar da distância física.
O ImpulseUP, por exemplo, é um software completo, que permite esse monitoramento mesmo a distância e em tempo real, para Gestão de Desempenho. Nele, é possível estruturar PDIs, acompanhar OKRs, realizar Feedbacks e muito mais.
Desse modo, será possível dar o espaço necessário aos talentos, permitindo-os trabalhar em sua própria casa ou em espaços compartilhados, sem que isso afete a produtividade diária. Assim, será possível inovar e, na mesma medida, manter o foco em resultados.
Quais são os impactos do RH 4.0 na empresa?
Inteligência Artificial
O RH 4.0 gera impactos tanto no local de trabalho quanto nas relações das pessoas com esse ambiente. Com a disponibilidade da tecnologia, as empresas estão investindo em inteligência artificial aplicadas em softwares de gestão. Esse novo comportamento otimiza tempo e diminui custos, além de facilitar os processos no meio corporativo.
Mas se engana quem pensa que esse meio está sendo utilizado apenas dentro da organização, no momento de recrutação ele também é muito bem-vindo. O momento é dos “robôs recrutadores”, termo usado para designar as máquinas que estão lendo os currículos e ranqueando candidatos nos processos seletivos.
Na prática, a inteligência artificial está ajudando recrutadores e empresas a ganhar tempo ao apontar, na ordem de importância, os profissionais mais estratégicos para cada posição. No Brasil, embora o tema seja novo, já há empresas que abraçaram a inteligência artificial na aquisição de talentos, como é o caso da Vivo, Ambev, Kraft Heinz, Sicredi e Cielo.
Liderança 4.0
Na liderança 4.0, gestores e recursos humanos precisam estar mais atrelados do que nunca. Em um mercado competitivo, não há mais espaço para empresas que não alinhem esses dois componentes tão importantes. Essa parceria é muito rica porque há uma troca de informações constantes, que se usadas de forma estratégica, podem trazer diversos benefícios.
Em relação à gestão de pessoas, os líderes precisam mudar o posicionamento com seus subordinados. Numa pesquisa feita em diversos países pela Jobecam, 60% dos respondentes disseram que confiariam muito mais em um chefe robô do que em um chefe humano.
Isso porque, cerca de 82% dos entrevistados também acreditam que uma inteligência artificial faria o trabalho de seu gestor de forma mais eficiente e com maior qualidade. Parece engraçado, mas é muito revelador. Essa preferência dos colaboradores demonstra que os líderes precisam, acima de tudo, se tornarem humanizados e focarem sua atenção no desenvolvimento profissional e pessoal de suas equipes.
Gestão Remota
É cada vez menor a necessidade de reunir os colaboradores e gestores no mesmo espaço físico. O uso crescente do home office, principalmente por conta da pandemia do Covid-19, demonstra que alguns trabalhos podem ser desenvolvidos com a mesma qualidade que de forma presencial.
Pesquisa realizada pelo ISE Business School mostra que, superadas as dificuldades iniciais, o home office aumentou a produtividade de 60% dos entrevistados e ainda fortaleceu os laços familiares de 90% deles. Além disso, 80% dos executivos disseram que gostaram da experiência de trabalho e acreditam que a modalidade se adapta aos requisitos de suas funções.
Mais resultado em menos tempo
Décadas de experiência acumuladas em administração têm levado à conclusão de que as pessoas preenchem o tempo dado para uma tarefa. Se dermos um mês, levarão um mês; se dermos uma semana, o trabalho, provavelmente, será entregue em uma semana.
Como mostra esse artigo na revista Forbes, cada vez mais empresas estão adotando jornadas menores. Na Alemanha, por exemplo, trabalha-se menos horas, mas os trabalhadores são mais produtivos do que em outros países desenvolvidos.
O mais interessante é que mesmo com a carga horária reduzida, os profissionais conseguem entregar bons resultados e obter um aumento na performance diária. Finalmente, o uso de tecnologias têm permitido fazer mais em menos tempo, reduzindo a necessidade de ficar longos períodos no escritório.
Armazenamento em nuvem
O sistema de armazenamento na nuvem consiste em um modelo computacional que guarda e administra dados de maneira totalmente virtual. Com capacidade específica e operação sob demanda, os sistemas permitem o acesso aos dados salvos na nuvem de qualquer lugar e a todo momento.
Isso possibilita que as pessoas tenham acesso mais fácil ao arquivo. Se antes o colaborador tinha que ir no departamento pedir uma pasta ou coisas do tipo, hoje ele consegue acessar de qualquer lugar. Prático, não? Outro ponto positivo é a transparência que isso pode trazer para a empresa. Todos os colaboradores têm acesso às mesmas informações e aos mesmos documentos. No entanto, a segurança dos dados pode ser um risco.
Nesse momento de Coronavírus, os índices de Cyber ataque e violação de dados aumentaram muito. E esse é um problema que o RH precisa se preocupar por gerenciar dados de pessoas. É preciso analisar soluções que possam trazer segurança para os colaboradores da empresa.
Experiência do colaborador
Com todas essas mudanças no mundo e a presente era da experiência, é válido que o RH pense na jornada do colaborador na empresa e comece a enxergá-lo como um verdadeiro cliente. Vamos pensar na relação empresa-cliente dentro da organização: o RH presta serviços e o cliente acaba sendo o colaborador.
Por meio dessa analogia, entendemos que é importante o RH 4.0 otimizar o operacional ao mesmo tempo que pensa na jornada, em valor e em experiência que podem ser proporcionadas ao colaborador. Esse comportamento pode potencializar a conexão dos funcionários com a empresa, que vão sentir orgulho e prazer de trabalhar em um local tão acolhedor.
Conclusão
Como se pode observar, o RH 4.0 demanda diversas mudanças no modo de pensar e operar dentro das empresas. É preciso uma boa estratégia, ferramentas digitais, inovação e foco em resultados. Somente assim, será possível manter a competitividade, se destacar de outras empresas, atrair talentos e retê-los com sucesso.