Não é segredo pra ninguém que hoje em dia, o capital humano é um dos diferenciais mais importantes de uma empresa. Cabe ao RH, portanto, investir nas últimas tendências de treinamento e desenvolvimento nas empresas. Afinal, a partir do aumento do nível de performance dos colaboradores e com a inovação nos métodos e processos, a tendência é que a empresa conquiste uma boa posição perante aos concorrentes.
Quando a organização investe no treinamento e no desenvolvimento das pessoas, ela aumenta os níveis de produtividade da equipe e, principalmente, de inovação. Mas, antes de falar propriamente das tendências e de seus benefícios, é importante contextualizarmos essa metodologia que vem sendo implementada como recurso indispensável para o sucesso de uma organização.
Veja a seguir, de maneira contextualizada, as principais tendências de treinamento e desenvolvimento para o ano de 2020, e como elas operam de forma estratégica.
O que é treinamento e desenvolvimento?
Embora poucos saibam a diferença, treinamento e desenvolvimento são coisas distintas. Enquanto o treinamento capacita colaboradores para executarem atividades específicas dentro da empresa a curto ou médio prazo, o desenvolvimento é uma ação contínua que visa melhorar o desempenho pessoal e profissional de um colaborador. O desenvolvimento deve estar alinhado com a cultura da empresa e envolve práticas de treinamento, momentos de conversa, palestras, coaching, entre outros.
Apesar de desempenharem funções distintas, ambos fazem a diferença para uma equipe mais produtiva, engajada e motivada, e por isso, devem sempre andar lado a lado.
Importância do treinamento e desenvolvimento
Em um mercado extremamente competitivo, estar a frente de seus concorrentes é fundamental. E nada mais valioso do que conhecimento e habilidades! A capacitação adequada permite que os profissionais reajam de forma mais ágil e eficaz aos problemas que surgem no fluxo de trabalho, como falhas e atrasos. Além disso, essa abordagem também possibilita que a equipe seja mais inovadoras, com potencial para encontrar novas chances de negócios.
É também uma forma de valorizar o trabalho dos colaboradores, o que traz ganhos para o próprio negócio. Afinal, ao terem a percepção de que há uma genuína preocupação com seu crescimento, os colaboradores se tornam mais leais aos locais onde trabalham. E essa lealdade resultará em mais interesse por desenvolver bem suas funções, o que consequentemente aumentará a produtividade.
Outro ponto importante é a atração e retenção de pessoas qualificadas e em busca de crescimento profissional. Isso acontece porque ao oferecer oportunidade de desenvolvimento pessoal, colaboradores em potencial tendem a enxergá-la como uma boa alternativa para alcançarem seus objetivos em curto, médio ou longo prazo.
Agora que você já sabe a diferença entre as duas abordagens e sua importância, veja a seguir as tendências de treinamento e desenvolvimento para 2020, para que você aplique em sua gestão:
1. Melhor alinhamento dos objetivos de Treinamento e Desenvolvimento aos objetivos de negócio
De acordo com o Relatório do Linkedin sobre Aprendizagem no Ambiente de Trabalho de 2017, um dos cinco principais desafios para os praticantes de T&D (Treinamento e Desenvolvimento de pessoas) é alinhar o treinamento à estratégia de negócios da sua organização.
O que acontece, é que muitas empresas sentem dificuldade em conduzir um Levantamento das Necessidades de Treinamento (LNT) adequado — um passo fundamental no processo de alinhamento entre a área de T&D e os negócios.
Afinal, esse processo garante que os programas de treinamento supram as necessidades dos negócios. Ele é responsável por preencher, de fato, as lacunas de competências e habilidades essenciais para o sucesso da empresa.
Daí a necessidade de realizar um melhor alinhamento dos objetivos de treinamento e desenvolvimento aos objetivos do negócio, para que os resultados se tornem realmente assertivos. Para isso, é importante conhecer bem a cultura organizacional da empresa e optar por programas de treinamento e desenvolvimento que mais se igualem à proposta do negócio.
2. Métricas mais robustas de treinamento
O relatório do Linkedin também indica que os principais desafios dos profissionais de Treinamento e Desenvolvimento estão ligados à sua incapacidade de demonstrar o impacto e os benefícios de suas ações no negócio.
Atualmente, a maioria das empresas ainda está presa aos dois primeiros níveis do modelo de evolução de treinamento de 4 níveis de Kirkpatrick.
Isso significa que os profissionais de T&D devem trabalhar para superar as métricas de satisfação, engajamento e obtenção de competências. Para isso, é necessário começar a partir da análise da aplicação dos aprendizados no ambiente de trabalho, seu impacto na performance e o ROI. A partir daí, torna-se mais simples demonstrar a efetividade de suas ações.
3. Plataforma LMS mais flexível
O mercado da tecnologia de Learning está se tornando saturado com diversos fornecedores de LMS (Sistema de Gestão da Aprendizagem) pouco flexíveis. Por esse motivo, é preciso muita pesquisa para encontrar a melhor solução LMS que melhor se adeque às suas necessidades.
Essa necessidade vem se tornando uma realidade de mudanças constantes nas organizações e colaboradores. Isso porque nós estamos nos tornando inclinados a plataformas LMS que são flexíveis, acessíveis e capazes de comunicar e compartilhar dados com outros sistemas.
4. Curadoria de conteúdo
O relatório do Linkedin mencionado anteriormente indica que a vida útil das habilidades é de menos de 5 anos. Ou seja, à medida que novas tecnologias se tornam acessíveis, velhas habilidades se tornam ultrapassadas.
Logo, os profissionais de learning devem ter como prioridade a manutenção dessas habilidades e garantir que os profissionais tenham em mãos materiais atualizados. Para isso, a curadoria de conteúdo pode ser útil. Esta, é uma estratégia de adequação que visa aprimorar, desenvolver, editar e adequar a voz da marca e a linguagem que melhor conversa com público-alvo.
Esse processo contribui para a performance da organização de diversas maneiras. A partir dessa técnica, é possível identificar a informação mais relevante para os aprendizes e contextualizá-la e organizá-la de maneira que a torne mais eficiente e acessível para eles.
Sobre essa questão, as tendências de T&D estão avançando para a construção de uma biblioteca de learning que cobre tópicos relevantes, facilmente acessíveis para a oportunidade de treinamento.
5. Treinamento que vai até onde os aprendizes estão
Hoje em dia, tudo o que é mais fácil e menos burocrático nos atrai, por isso, a tendência é que conteúdos micro, fáceis de digerir, acessíveis sob demanda sejam cada vez mais implementados nas gestões. Graças ao conforto que a tecnologia nos proporciona, essa abordagem já é possível.
Uma alternativa, nesse sentido, é realizar treinamentos em plataformas móveis e na nuvem, que ajudam a maximizar a biblioteca de conhecimentos, possibilitando também estreitar relacionamentos, aprofundar conhecimentos e integrar, cada vez mais, pessoas e serviços de forma rápida e simples.
Também é uma forma de proporcionar um maior conforto e autonomia ao colaborador, além da vantagem para a empresa que deseja eficiência e redução de custos. Além disso, esse mix de learning também permite que os profissionais de T&D ofereçam métodos efetivos e relevantes de entrega para os seus trainees.
6. Dados precisos para criar treinamentos
Muito tem se falado sobre dados ser o novo petróleo, e na área de RH também não é diferente.
Uma ferramenta que vem facilitando a vida dos gestores é a avaliação de desempenho capaz de analisar a performance de um colaborador ou de um time inteiro. A partir dessa abordagem, é possível tirar indicadores de produtividade capazes de dar base à uma boa gestão.
Com os dados obtidos, o gestor pode tomar decisões assertivas, desenhando estratégias para abordar cada um dos colaboradores conforme os resultados individuais de cada um.
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7. Cultura de liderança e aprendizagem
Investir no desenvolvimento de lideranças desde o início, quando o colaborador entra na empresa, é muito positivo, pois ajuda a concretizar uma cultura de liderança entre a equipe. Isso desperta nos outros colaboradores um ideal de trabalho, uma inspiração, um “modelo a ser seguido”, o que também auxilia na identificação de necessidades e busca por melhorias em conjunto.
O ideal é que os profissionais de T&D mantenham também uma cultura de aprendizagem em suas empresas e fazer com que as equipes evoluam com o tempo.
8. Identificar e fortalecer competências comportamentais
Como dito anteriormente, é importantíssimo realizar avaliações de desempenho para identificar as competências que precisam ser aprimoradas. A partir daí, torna-se mais fácil gerir com assertividade e focar no fortalecimento de competências comportamentais e na criação de PDIs.
Mas o trabalho não para por aíai! Não basta apenas adquirir novas competências e conhecimentos, é essencial focar em desenvolver as competências existentes para, assim, melhorar a performance como um todo.
Colaboração, comunicação, tomada de decisão e negociação são bons exemplos de competências que contribuem para uma força de trabalho mais competitiva.
Por isso, é importante incentivar o aprendizado contínuo, propor técnicas de desenvolvimento pessoal, dialogar sobre aspirações e trilhas de carreira e também possibilitar a constante capacitação.
Também é fundamental avaliar todas as competências, para poder ter dados precisos de quais precisam ser trabalhadas mais a fundo. Um software de avaliação de desempenho pode fazer isso para você. Confira aqui!
9. Instrutores de autoridade
Novas tecnologias não deveriam substituir instrutores presenciais em T&D. Apesar de treinamentos presenciais não cumprirem mais um papel central em programas de treinamento corporativo, eles ainda são essenciais para que os profissionais entendam e retenham informação e habilidades.
Mas para isso, é importante se ter um especialista no assunto. Seja profissionais de RH, gestores das respectivas áreas ou profissionais do mercado, é importante que o instrutor domine o tópico e seja autoridade naquilo que aborda.
O Coach como instrutor, por exemplo, vem se tornado tendência nas organizações, já que ele torna viável um processo de liderança refinado, que visa desencadear o potencial de uma equipe para maximizar seu próprio desempenho. Daí o valor de se utilizar esses profissionais em abordagens de treinamento e desenvolvimento.
10. Impulsionar o treinamento como um benefício para o colaborador
Programas de T&D (Treinamento e Desenvolvimento de pessoas) se tornaram um diferencial chave em companhias pois cumprem um papel ativo em engajar, motivar, reter e empoderar seus melhores talentos. É uma forma de tornar seus colaboradores futuros membros valiosos da organização.
De acordo com a Teoria da Motivação-Higiene de Herzberg, fatores que ajudam na satisfação no trabalho incluem:
- Crescimento pessoal
- Reconhecimento
- Realização
A falta de oportunidades para avanços na carreira é a segunda razão citada mais frequente para deixar uma empresa.
Logo, torna-se evidente que as necessidades e as prioridades do negócio mudaram. Os profissionais de T&D devem ser mais deliberados na sua abordagem para a adaptação aos tempos atuais.
Sua função tem se transformado de meros organizadores de evento para consultores de performance, gerenciando uma cultura de aprendizagem e desenvolvimento de modelos de competência que estão alinhados aos objetivos de negócio.
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